sexta-feira, 19 de junho de 2009

Comentário (Pedro Honório)

Como interveniente na aventura e amigo do Pedro Gil vou deixar-vos apenas algumas considerações, porque o Pedro foi sempre explicando muito bem as diversas etapas que fomos cumprindo.

A variedade e beleza das paisagens, a surpresa dos caminhos e trilhos, a adrenalina inerente ao próprio risco, o esforço físico levado a extremos (23.000 metros de acumulado de subidas em 10 dias), o companheirismo e por fim o prémio de chegar a Hondarribia (Irun). Todas as imagens irão acompanhar-me para sempre.

Gostaria apenas de realçar a 6ª etapa, por termos arriscado a vida, pois tivemos que atravessar duas pequenas avalanches de neve, quase deitados, segurando as bicicletas com a mão esquerda e fixando os pés na neve sem poder olhar para baixo, para um buraco de 400/500 metros de profundidade. O Pedro passou primeiro e mostrou disponibilidade imediata para me ajudar. Tudo isto com temperaturas baixas, granizo e vento.

Quero agradecer aos amigos e família que demonstraram interesse no nosso desafio. Ao Miguel Ferreira por me ter emprestado uma bela bicicleta (sofreu tanto). Ao Luís Rato pela forma apaixonada (parecia que estava connosco) com que viveu esta aventura.

Estamos já a preparar o próximo desafio, nos Alpes, em Agosto de 2010. Quem se sentir em condições para se juntar a nós, não hesite, teremos todo o gosto.

Grande Abraço

Pedro Honório

ETAPA 12 - AURITZ - HONDARRIBIA

Etapa 12 - Auritz - Hondarribia

Esta foi a etapa onde encontramos mais paredes. Foi assim que denominamos muitas das subidas encontradas ao longo de todo o percurso. Algumas quase impossíveis, quer pela inclinação, quer pela extensão das mesmas. Descidas também com forte inclinação e muito técnicas com pedra solta e alguns single tracks. Referencia para um que mesmo a pé era perigosíssimo tal era a sua inclinação.



A cerca de 35-40 quilómetros do final avistamos o mar. No entanto tivemos ainda muito que passar, muito sobe e desce com subidas super inclinadas.


Na última descida em terra a cerca de 15 quilómetros do final, o Pedro Honório cai devido a um pau que se entalou na roda traseira forçando o desviador partindo o droupaut. As mazelas não foram grandes e resolvido o problema lá seguimos até ao final com os 10 últimos quilómetros finais a serem cumpridos com muito trânsito à mistura. Afinal era 6ª feira.



Chegada à praia de Hondarribia. Missão cumprida. Banho na praia e fim de uma experiência que perdurará na nossa memória por muitos anos. Para o ano provavelmente será os Alpes.


Um forte abraço para todos aqueles que tornaram possível esta aventura e que connosco, ainda que à distância a viveram quase tão intensamente como nós. Obrigado.
FICHA TÉCNICA
Kms totais: 115 km
Desnível acumulado de subida: 2.848 m
Tempo em andamento: 8h26m
Média de andamento: 13,6 km/h


quinta-feira, 18 de junho de 2009

ETAPA 11 - HECHO - AURITZ (BURGUETE)


Etapa 11 - Hecho - Auritz(Burguete)

Esta etapa á semelhança da ultima que iríamos realizar teria dificuldades acrescidas. Em qualquer dos casos juntamos duas etapas em apenas uma. Resultado mais de 100 quilómetros e mais de 2.500 metros e 2.800 metros de acumulado. Como se isto não bastasse, nesta etapa começamos com uma forte subida e descida técnica cheia de pedras soltas e enormes.


Depois subida por asfalto até Zuriza através de vale lindíssimo que culmina num paraíso com zona de prados e rio. Nova subida e descida até Isaba.
Descida ao vale do rio Salazar e mais um local paradisíaco

Quase todas as subidas desta etapa foram realizadas por asfalto. A maior do dia foi dura até ao collado de Ollokia. Depois descida lindíssima até á entrada no bosque de Irati, uma das maiores extensões florestais da Europa meridional.


Andamos muitos quilómetros neste bosque lindíssimo onde não faltou uma barragem enorme a qual tivemos de contornar e que nos proporcionou imagens fantásticas. Até Auritz sempre bosque. Foram cerca de 50 quilómetros sempre com paisagens absolutamente indiscritíveis.


FICHA TÉCNICA
Kms totais: 115,4 km
Desnivel acumulado de subida: 2.589m
Tempo em andamento: 7h46m
Média de andamento: 14,8 km/h

ETAPA 10 - SENEGÜÈ - HECHO

Etapa 10 - Senegüè - Hecho

Saída de Senegüè com curta subida e ligeira descida para o rio. Após alguma dificuldade em encontrar a zona para o atravessar começamos a subir para aquela que seria a maior e mais difícil do dia.

E determinada faze da subida alcançamos um casal de Alemães que tinha ficado no mesmo hotel. Faziam a sua "navegação" apenas pelos mapas do livro do Jordi Laparra da Editorial Prames. Após uma breve conversa seguimos para o ponto mais alto onde as inclinações eram fortissimas e a subida muito técnica.


No topo o Pedro honório furou. Resolvido o problema seguimos. A etapa acabou por ser durissima, pois tivemos tivemos que fazer alguns quilometros por caminhos difìceis não ciclaveis, ou seja tivemos que andar com as bicicletas ás costas.
O caminho pedestre sai de Aragüès del Puerto. As descidas estam cheias de pedras tornando a progressão em cima das bicicletas ipossivel de realizar. Depois de Arduès mais do mesmo. Os caminhos são lindíssimos mas também muito duros.
Quando chegamos a Hecho, afinal o Hotel ficava 7 quilómetros mais á frente.

FICHA TÉCNICA

Kms totais:79,6 km

Desnivél acumulado de subida: 2.195 m

Tempo em andamento: 6h37m

Média de andamento: 12,0 km/h

domingo, 14 de junho de 2009

ETAPA 9 - ESCALONA - SENEGÜÈ

Etapa 9 - Escalona - Senegüè

A etapa de hoje, já sabiamos seria longa e dura, duas subidas longas, uma de 25 quilometros e outra de 28. No entanto aos 74 quilometros teriamos a descida com cerca de 23 quilometros e poderiamos dar por "terminada" a etapa. Puro engano.











Saimos um pouco mais cedo, pois a etapa iria ser longa. Fomos direitinhos a Cañòn Añisclo, uma garganta profunda onde apenas tem largura para o rio e a estrada. Fantástico.

Este local surpreendianos a cada curva. Se em outras etapas eram as àrvores a debruçarem-se sobre o caminho, aqui juntavasse a rocha, em que o local da estrada era literalmente esculpido na rocha como que a fazer um meio túnel.











O rio, esse corria um pouco mais abaixo, ora rápido, ora calmo formando piscinas de água límpida de coloração esverdeada, ora caindo em cascata numa melodia que nos acompanhou julgo que ao longo de 8 a 10 quilometros de subida.


Depois uma descida de alguns quilomeros por asfalto sem grande história.
Chegava então a subida do dia, 28 quilometros dos 700 aos 1770 metros. Já sabiamos que era dura mas as chuvas do dia anterior tornaram-na ainda mais. Resumindo toda a subida em pedra e lama.












Finalmente a descida, os primeiros quilómetros com muita pedra, lama e buracos feitos pela passagem do gado que aqui é vulgar encontrar. Depois ooutro terço da descida por entre floresta com muita lama e pedra. Foi o pior banho de lama da minha vida e nós temos muita por aí. Finalmente a ultima parte da descida em que finalmente podemos desfrutar de uns quilómetros em descida rápida e espectacular. O Pedro Honório levou a Stumpjumper do Miguel e ficou rendido.











FICHA TÉCNICA:

Kms totais: 93,0 Kms
Desnivel acumulado de subida: 2.174 m
Tempo de andamento: 6h28m
Média de andamento: 14,4 Kms/h

ETAPA 8 - BONANSA - ESCALONA

Etapa 8 - Bonansa - Escalona

Chuva, vento forte e temperaturas baixas é a previsão para o dia. Decidimos nao realizar a etapa e esperar que o dia de amanhã permita a realização da etapa.
A bicicleta do Pedro Honório a precisar de atenção.
Aproveitamos ainda para colocar a escrita em dia, isto é, o Blog em dia. Imaginem, finalmente tinhamos internet em El Pont de Suert.


quinta-feira, 11 de junho de 2009

ETAPA 7 - ESPUI - BONANSA

Etapa 7 - Espui - Bonansa

A primeira subida ofereceu-nos um single track belissímo no qual em algumas partes tivemos que sentir o peso das bicicletas.
Impossivel a subir, faziam as minhas delicias a descer. Mas como o que tudo o que sobe desce, lá tivemos um bocado melhor de descida em single track, no entanto, com algumas partes não cicláveis.











Atingido o ponto mais alto da etapa 1600m tivemos umas descidas alucinantes serpentiando a montanha.

Depois nova subida com belissíma zona de prados e descida fantástica tudo em cima de cascalho que a subir se mostrou durissíma e a descer algo perigosa.







Chegada a El Pont de Suert e seguimos de imediato para a subida final até Escalona. Esta subida de 10 Kms mostrou-se muito dura e técnica nos primeiros quilometros. E na parte final uma nova lindissíma zona de prados e floresta.




















FICHA TÉCNICA:
Kms totais: 59,3 Kms
Desnível acumulado de subida: 2003m
Tempo de andamento: 4h 59m
Média de andamento: 11,9 Kms/h

segunda-feira, 8 de junho de 2009

ETAPA 6 - LAVORSI - ESPUI (MOLINOS)

Etapa 6 - Lavorsi - Espui (Molinos)

As previsões climatéricas não eram as melhores, no entanto, depois do interregno do dia anterior não podiamos voltar a parar.

A noite foi chuvosa e a manhã igualmente. Saímos conscientes de que indo aos 2270m correriamos alguns riscos. A subida tinha 38 Kms e íamos dos 810m aos 2270m, depois 20Kms sempre a cima da cota dos 2000m.

Durante esse periodo tivemos temperaturas junto dos 0º C. Foi necessário ainda ultrapassar outros obstáculos para além do frio e do granizo. Encontrámos por duas vezes o caminho cortado devido a avalanches. Ao ultrapassá-las corremos alguns riscos de vida.






Depois uma descida alucinante serpentiando a montanha que só não pudemos apreciar melhor por estarmos gelados, quase em hipotermia tendo de a fazera ritmo mais baixo.
Em suma, uma etapa de alta montanha que jamais esqueceremos e que só o nevoeiro cerrado em muitos casos não nos permitiu ver toda a beleza desta etapa. Fantásticoooo.....
















FICHA TÉCNICA:

Kms totais: 65,1 Kms
Desnivel acumulado de subida: 1834m
Tempo em andamento: 4h58m
Média de andamento: 13,1 Kms/h




ETAPA 5 - TUIXENT - LAVORSI

Etapa 5 - Tuixent - Lavorsi


A Etapa não se afigurava tão dura quanto a do dia anterior. Toda a noite choveu forte e com trovoada e as previsões para o dia não eram as mais favoraveis.

O Pedro Honório ainda assim começou a equipar-se e estava pronto para partir.

As bicicletas tinham sido mal tratadas no dia anterior. A minha tinha o cepo com problemas.

Procurei dissuadir o Pedro Honório dada a periosidade dos trilho molhados em pedra como seria o caso.

Resolvemos então ir até Andorra resolver o problema com o cepo.

É verdade que temos uma bicicleta de reserva mas a roda traseira da bicicleta do Pedro Honório também está com alguma folga. Penso que foi melhor não arriscar. Provavelmente nunca o saberemos. Ficàmos com esta etapa atravessada e fazê-la de carro também não foi nada fácil.

domingo, 7 de junho de 2009

ETAPA 4 - PLANOLES - TUIXENT

Etapa 4 - Planoles - Tuixent:

Esta foi a etapa rainha até ao momento, não só pela distância (90Km), como pelo acumulado (2836m) quer ainda pelo número de fotografias tiradas (90).
Saímos de Planoles cerca de 1150m de altitude e tiriamos de subir aos 2050m. Foram apenas 20 Kms sempre a subir com elevações fortissimas como não poderia deixar de ser.

Quando chegamos junto da estância de Sky de la Molina entrámos nas pistas em que para subir eram quase impossiveis e para descer algumas muito perigosas com inclinação de 30% e talvez mais. O Pedro Honório fez uma, a pior, não sei como.

Para passar à outra estância de Mosélla sofremos a bom sofrer mas pelas paisagens valeu bem a pena. Pelo meio um single track lindíssimo entre a floresta. Subida ao ponto mais alto 2100m.

Inicio da descida em asfalto para rapidamente entrarmos numa descida fantástica de 20 Kms com paisagens mais uma vez deslumbrantes. Chegada a Bagà para comer alguma coisa. Teriamos ainda que subir mais 20 Kms em caminho empedrado até aos 1900m o que se revelou muito dificil pelo facto de já termos realizado duas subidas anteriormente. Bagà tinha ficado aos 780m. A descida final por vezes em single track a exigir muita técnica. Enfim, simplesmente... não hà palavras.


FICHA TÉCNICA:


Kms totais: 90,3 Kms
Desnivel Acumulado de subida: 2836 m
Tempo de andamento: 7h12m
Média de andamento: 12,5 Kms/h